sábado, 6 de agosto de 2016

A ARTE SACRA

Deve-se distinguir entre arte religiosa e arte sacra. A diferença está fundada não tanto nos caracteres intrínsecos de ambos e na inspiração de cada uma, mas no destino da obra artística. Existem obras de profunda inspiração religiosa e que, não obstante isto, não são destinadas ao culto, e portanto, não devem ser consideradas propriamente como sendo "arte sacra". Em geral, pode-se dizer que é arte religiosa aquela que reflete a vida religiosa do artista. A virtude da religião tende a produzir no homem uma atitude substancialmente interna, de amor, submissão, de fé e esperança, e sobretudo, de adoração a Deus. A arte religiosa deve ter esta mesma finalidade e para que isso ocorra é necessário que a arte - conservando o característica intrínseca - se subordine ao fim da religião. A "arte sacra" é aquela arte religiosa que tem um destino de liturgia, isto é, aquela que se ordena a fomentar a vida litúrgica nos fiéis e que por isso não só deve conduzir a uma atitude religiosa genérica, mas há de ser apta a desencadear a atitude religiosa exigida pela Liturgia, ou seja para o culto divino. A arte sacra incorpora uma série de características que são necessárias reconhecer e compreender profundamente. Por exemplo, um quadro pode provocar um sentimento religioso, mas pode não ser adequado que se celebre a Santa Missa perante ele. Se os elementos que compõem a obra artística, ainda que dominados por um sentimento religioso, não estão espiritualizados em grau suficiente, centra-se a atenção em demasia em um elemento sensível, puramente estético, sem elevar-se a um plano espiritual, que ajude alguém a colocar-se diante de Deus. Não deve, portanto, ser tratado como arte sacra, mas sim no âmbito mais geral da arte religiosa.

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