AULA DE SOCIOLOGIA
3º BIMESTRE
ASSUNTO: O
FEMINISMO
É possível
encontrar na historiografia dos séculos 15 e 18 o aparecimento de temas
dedicados à denúncia da condição de opressão das mulheres, tendo como
principais fatores a superioridade e a dominação imposta pelos homens.Porém,
ainda não se pode atribuir aos mais variados escritos que surgiram nesse
período o rótulo ou o conceito de "feminista". Por outro lado, os
estudiosos do tema creditam ao contexto social e político da Revolução Francesa (1789) - e,
portanto, do Iluminismo - o surgimento do feminismo moderno.Em 1791, por
exemplo, a revolucionária Olímpia de Gouges compôs uma célebre declaração,
proclamando que a mulher possuía direitos naturais idênticos aos dos homens e
que, por essa razão, tinha o direito de participar, direta ou indiretamente, da
formulação das leis e da política em geral. Embora tenha sido rejeitada pela
Convenção, a declaração de Gouges é o símbolo mais representativo do feminismo
racionalista e democrático que reivindicava igualdade política entre os gêneros
masculino e feminino. No século 19, o feminismo teve um novo recomeço, em um
contexto diferente: o da sociedade liberal europeia que emergia.O núcleo
irradiador do feminismo emancipacionista foi a Inglaterra, e a luta centrava-se
na obtenção de igualdade jurídica (direito de voto, de instrução, de exercer
uma profissão ou poder trabalhar). O aparecimento do feminismo emancipacionista
está associado às contradições que permeavam a sociedade liberal da época, onde
as leis em vigor formalizavam juridicamente as diferenças entre os sexos
masculino e feminino. Os escritos do pensador inglês Stuart Mill ganharam
destaque ao propor o princípio geral de emancipação das mulheres a partir da
abolição das desigualdades no núcleo familiar, da admissão das mulheres em
todos os postos de trabalho e da oferta de instrução educacional do mesmo nível
que estava ao alcance dos homens. No transcurso do século 19 e início do século
20, vários pensadores e intelectuais europeus retomaram os pressupostos
doutrinários de Stuart Mill e formularam teses mais consistentes sobre o
feminismo. Na Itália, o debate travado entre os intelectuais de esquerda foi
mais intenso e produziu maior número de livros e obras sobre o tema. O
movimento feminista contemporâneo surgiu nos Estados Unidos, na segunda metade
da década de 1960, e se alastrou para diversos países industrializados entre
1968 e 1977. A reivindicação central do movimento feminista contemporâneo é a
luta pela "libertação" da mulher. O termo "libertação" deve
ser entendido como uma afirmação da diferença da mulher, sobretudo em termos
de alteridade. Com base nessa ideia, o movimento feminista
busca novos valores, que possam auxiliar ou promover a transformação das
relações sociais ou da sociedade como um todo. Portanto, o surgimento do
movimento feminista contemporâneo representou um divisor de águas e, ao mesmo
tempo, a própria superação dos movimentos sociais emancipatórios, cuja
reivindicação central estava baseada na luta pela igualdade (jurídica, política
e econômica). A luta pela "libertação" da mulher, que constitui o
núcleo da doutrina feminista contemporânea, está baseada na denúncia da
existência de uma opressão característica, com raízes profundas, que atinge
todas as mulheres, pertencentes a diversas culturas, classes sociais, sistemas econômicos
e políticos. E, também, na ideia de que essa opressão persiste, apesar da
conquista dos direitos de igualdade (jurídicos, políticos e econômicos). Desse
modo, o movimento feminista contemporâneo atua com base numa perspectiva de
superação das relações conflituosas entre os gêneros masculino e feminino,
recusando, portanto, o estigma ou noção de "inferioridade" (ou
desigualdade natural). Uma outra característica do feminismo contemporâneo é a
proeminência de intelectuais e líderes do sexo feminino. Esse fato positivo é
reflexo das mudanças sociais, políticas e educativas que estiveram ao alcance
dessa nova geração de mulheres que se projetaram como líderes feministas, entre
as quais figuram Simone Beauvoir, Betty Friedan e Kate
Millet. O movimento feminista obteve muitas vitórias, tanto nos países
industrializados (onde era mais forte) como nos países em desenvolvimento
PROFESSORMADALENA1@BLOGSPOT.COM.BR
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